quarta-feira, 29 de maio de 2013

Por que não esquecemos como andar de bicicleta?

Funciona assim, no momento em que se reaprende algo, ou seja, na segunda vez que subimos em uma bicicleta, restamos as habilidades já armazenadas. Assim, quando tentamos andar novamente sobre as duas rodas, mesmo depois de muito tempo, as conexões cerebrais buscam informações da primeira vez em que a ação foi aprendida. E isso é feito em questões de microssegundos. Quem explica é o neurocirurgião Dr. Fernando Gomes Pinto, do Hospital das Clínicas de SP. 


Apesar de não conseguirmos lembrar de tudo que acontece, o sistema nervoso tem como característica principal a de guardar informações, mas possui uma regra do que é essencial ou não. “Atividades como dançar, tocar um instrumento, escrever e andar de bicicleta são entendidas pelo cérebro como importantes para a nossa vida. Por isso, ficam armazenados num outro tipo de sistema, chamado extra-piramidal, que é localizado no cerebelo – parte responsável pelo controle do tônus muscular, do equilíbrio e dos movimentos voluntários”, explica o médico. Assim, eles viram um conhecimento que surge de forma inconsciente quando a pessoa necessita utilizá-los.



Isso não acontece apenas com atividades motoras, mas também com questões emocionais – regidas pelos comportamentos e pela personalidade. “Quando surge um problema, automaticamente o cérebro faz conexões que, inevitavelmente, nos faz agir sempre num padrão específico. A repetição cria uma regra, que é sempre utilizada – de forma automática e inerente à pessoa”, destaca Fernando.


FONTE: Dr. Fernando Gomes Pinto – Neurocirurgião e Professor Livre Docente do Hospital das Clínicas de São Paulo. Membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia 
– SBN. Graduado em medicina pela faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e residência médica pelo Hospital das Clínicas FMUSP. Chefe do Grupo de Hidrodinâmica Cerebral da Divisão de Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas desde 2007. Autor dos livros “Manual de iniciação em neurocirurgia”, “Exercícios e posturas para o paciente com seqüelas de acidente vascular e outras doenças neurológicas”, “Você sabe como seu cérebro cria pensamentos?” e “Hidrocefalia de pressão normal (HPN)”. 

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