terça-feira, 10 de abril de 2012

Brasil, um país de quase todos


No mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, (07 de abril), a inclusão social de portadores de algum tipo de deficiência ainda deixa muito a desejar. Mesmo com leis em vigor, com a mídia falando o tempo todo em novelas, publicidade ou campanhas do governo, a realidade é que estas crianças, jovens e adultos ainda sofrem preconceito. A falta de estrutura das empresas e também a falta de informação da sociedade acarretam o problema que na verdade pode ser minimizado com a capacitação cada vez mais precoce destes brasileiros especiais.

O Brasil têm 45 milhões de pessoas portadores de alguma deficiência (visual, auditiva, motora, mental, intelectual). Assim como os não portadores de deficiência, essas pessoas necessitam e se mostram aptas a realizarem tarefas do cotidiano, como ter um emprego. Porém, a dificuldade está na falta de oportunidades no mercado de trabalho graças ao preconceito, falta de estrutura das empresas e de informação da sociedade.

De todas as deficiências, a Síndrome de Down é uma das mais comuns em nível genético e responsável por grande repercussão na sociedade, na mídia e nas instituições que atuam diretamente com portadores. Por ano nascem 8 mil bebês com a síndrome.  De acordo com afisioterapeuta pediátrica Fernanda Davi, é possível desenvolver essas crianças para no futuro estarem preparadas para o mercado de trabalho. “Em tempo de tornar os portadores da síndrome inclusos na vida profissional, pessoal e social, é preciso que antes de tudo eles sejam independentes. Entre os diversos tratamentos, a reabilitação dos movimentos físicos é fundamental”, afirmando que “quanto mais cedo começar o tratamento, maiores serão as chances de evolução dessas crianças para serem independentes na vida adulta. Todos os dias, os deficientes provam que são capazes de superar todos os desafios impostos. O que falta para eles são oportunidades para provarem isso”, esclarece.


A Lei de Cotas, juridicamente ativa há mais de 20 anos, prevê que companhias com pelo menos 100 funcionários preencham de 2% a 5% dos postos com portadores de deficiência. Para o diretor Fernando Buffolo, Needs Academia, em São Paulo, capital com maior índice de inclusão do país, é necessário ter em seu quadro de funcionários portadores de deficiência, pois essas pessoas são capazes de mostrar valores, como determinação e superação aos outros funcionários. “Não nos preocupamos em preencher vagas apenas porque existe uma lei que determina. Tê-las conosco mudou nosso olhar da vida, vendo que dia após dia elas se superam e querem crescer profissionalmente. Tudo isso sempre com muita simpatia e felicidade, gerando um ambiente ainda maior de bem-estar na academia”, conta Buffolo. Lá trabalha Renata Certain, 35 anos, portadora de Síndrome de Down. Além da academia, Renata também trabalha na Boutique Daslu e tem uma vida agitada como a de qualquer pessoa. “Eu gosto bastante do que faço, porque eu conheço várias pessoas e faço vários amigos. Gosto de ajudar as pessoas e do que faço. Quando tenho dificuldade alguém sempre me ajuda e aprendo rapidinho o que tenho que fazer”, acrescentando que “não posso nem pensar em ficar em casa, porque não consigo ficar parada. Eu preciso trabalhar, porque o meu trabalho é o meu segundo lar”,diz.

Dados do setor

De acordo com a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram inclusos 12.786 pessoas deficientes no mercado de trabalho em 2005, tendo um aumento considerável de 28.752 no final de 2010. Em cinco anos apenas, 143.631 pessoas com deficiência foram inclusas no mercado de trabalho, o que intensifica a ideia de que é necessária uma atenção maior em relação a essas pessoas. Em dez vagas que o país deveria destinar a pessoas com deficiência, apenas duas são preenchidas.

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