No mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, (07 de abril), a inclusão social de
portadores de algum tipo de deficiência ainda deixa muito a desejar. Mesmo com
leis em vigor, com a mídia falando o tempo todo em novelas, publicidade ou
campanhas do governo, a realidade é que estas crianças, jovens e adultos ainda
sofrem preconceito. A falta de estrutura das empresas e também a falta de
informação da sociedade acarretam o problema que na verdade pode ser minimizado
com a capacitação cada vez mais precoce destes brasileiros
especiais.
O Brasil têm 45 milhões de pessoas
portadores de alguma deficiência (visual, auditiva, motora, mental,
intelectual). Assim como os não portadores de deficiência, essas pessoas
necessitam e se mostram aptas a realizarem tarefas do cotidiano, como ter um
emprego. Porém, a dificuldade está na falta de oportunidades no mercado de
trabalho graças ao preconceito, falta de estrutura das empresas e de informação
da sociedade.
De todas as deficiências, a Síndrome de
Down é uma das mais comuns em nível genético e responsável por grande
repercussão na sociedade, na mídia e nas instituições que atuam diretamente com
portadores. Por ano nascem 8 mil bebês com a síndrome. De acordo com afisioterapeuta
pediátrica Fernanda Davi, é possível desenvolver essas crianças para no futuro
estarem preparadas para o mercado de trabalho. “Em tempo de tornar os portadores
da síndrome inclusos na vida profissional, pessoal e social, é preciso que antes
de tudo eles sejam independentes. Entre os diversos tratamentos, a reabilitação
dos movimentos físicos é fundamental”, afirmando que “quanto mais cedo começar o
tratamento, maiores serão as chances de evolução dessas crianças para serem
independentes na vida adulta. Todos os dias, os
deficientes provam que são capazes de superar todos os desafios impostos. O que
falta para eles são oportunidades para provarem isso”,
esclarece.
A Lei de Cotas, juridicamente ativa há mais de 20 anos, prevê
que companhias com pelo menos 100 funcionários preencham de 2% a 5% dos postos
com portadores de deficiência. Para o diretor Fernando Buffolo, Needs Academia,
em São
Paulo , capital com maior índice de inclusão do país, é
necessário ter em seu quadro de funcionários portadores de deficiência, pois
essas pessoas são capazes de mostrar valores, como determinação e superação aos
outros funcionários. “Não nos preocupamos em
preencher vagas apenas porque existe uma lei que determina. Tê-las conosco mudou nosso olhar da vida, vendo que dia após
dia elas se superam e querem crescer profissionalmente. Tudo isso sempre com
muita simpatia e felicidade, gerando um ambiente ainda maior de bem-estar na
academia”, conta Buffolo. Lá trabalha Renata Certain, 35 anos, portadora de
Síndrome de Down. Além da academia, Renata também trabalha na Boutique Daslu e
tem uma vida agitada como a de qualquer pessoa. “Eu gosto
bastante do que faço, porque eu conheço várias pessoas e faço vários amigos.
Gosto de ajudar as pessoas e do que faço. Quando tenho dificuldade alguém sempre
me ajuda e aprendo rapidinho o que tenho que fazer”, acrescentando que “não posso nem pensar em ficar em
casa, porque não consigo ficar parada. Eu preciso trabalhar, porque o meu
trabalho é o meu segundo lar”,diz.
Dados do
setor
De acordo com a Secretaria de Inspeção
do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram inclusos
12.786 pessoas deficientes no mercado de trabalho em 2005, tendo um aumento
considerável de 28.752 no final de 2010. Em cinco anos apenas,
143.631 pessoas com deficiência foram inclusas no mercado
de trabalho, o que intensifica a ideia de que é necessária uma atenção maior em
relação a essas pessoas. Em dez vagas que o país deveria destinar a pessoas com
deficiência, apenas duas são
preenchidas.
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