É possível fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo? Neurocirurgião explica

MULTITAREFAS: Realizar várias coisas ao mesmo tempo reduz qualidade do que é produzido

Algumas pessoas se orgulham de dizer que conseguem realizar várias tarefas e funções ao mesmo tempo, como por exemplo : digitar no celular, dirigir e ouvir música, sem que as atividades percam qualidade enquanto agem de forma múltipla. Mas será que é verdade? Há pessoas que realmente conseguem fazer diferentes tarefas, todas com bons resultados? Segundo o neurocirurgião Dr. Fernando Gomes Pinto, do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC), não.

“O nosso cérebro não consegue realizar duas tarefas ao mesmo tempo com a mesma atenção. Ele seleciona e prioriza uma atividade por vez e, com isso, ser multitarefas acaba sendo contraprodutivo e, em alguns casos, até perigoso. A pessoa que dirige e fala ao celular ou digita, por exemplo, coloca a sua segurança e a dos outros, em risco. Quem cozinha enquanto fala ao telefone ou assiste televisão, pode queimar o alimento ou, pior ainda, se acidentar”, orienta.

Se não é possível fazer apenas uma tarefa por vez, o ideal, segundo o médico, é então criar um método de organização do tempo para poder gerenciar períodos a serem dedicados a cada item a ser feito, com concentração e dedicação. “Caso sinta que a atividade está cansativa ou que não consegue mais prosseguir nela, dê um tempo, faça outra coisa e depois retome, mas sem tentar fazer duas ou mais itens por vez”, ensina.

Dr. Fernando Gomes Pinto – é neurocirurgião do Hospital das Clínicas e membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia – SBN. Graduado em medicina pela faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e residência médica pelo Hospital das Clínicas FMUSP. Chefe do Grupo de Hidrodinâmica Cerebral da Divisão de Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas desde 2007. Autor dos livros “Manual de iniciação em neurocirurgia”, “Exercícios e posturas para o paciente com seqüelas de acidente vascular e outras doenças neurológicas”, “Você sabe como seu cérebro cria pensamentos?” e “Hidrocefalia de pressão normal (HPN)”.