Escolha das cores ativa diferentes
áreas cerebrais e pode levar pessoa a comprar mais
Uma pesquisa do Ibope Inteligência, feita
para o Serasa Experian em junho deste ano, destacou que 30% dos brasileiros
assumem que compram por impulso. A pesquisa não surpreendeu o neurocirurgião
Dr. Fernando Gomes Pinto, do Hospital das Clínicas (HC), que justifica que as
emoções são mais responsáveis por estes atos do que o dinheiro no bolso e
completa: “o uso de cores nas vitrines e produtos serve de apelo para estimular
o cérebro a comprar mais”.
Pesquisas recentes endossam o que diz o
neurocirurgião, já que as diferentes tonalidades têm a capacidade de ativar
áreas cerebrais relacionadas à impulsividade, emoções, sistema de recompensa,
pensamento abstrato, comunicações, entre outros. “Até por isso, se você for
conferir os dados do estudo, vai ver que a cor branca estimula o córtex
cerebral esquerdo, responsável pelo pensamento lógico e, com isso, instiga a
sensação de calma, luminosidade, porque é uma ausência de cor”, conta.
A combinação de tonalidades ajuda a
estimular sensações, emoções e, quando bem trabalhadas, podem estimular a
compra por impulso. “Nosso cérebro trabalha com o sistema de recompensas e às
vezes as cores podem ser ligadas a uma memória de algo que foi prazeroso,
fazendo com que a pessoa tenda a adquirir itens com aquela tonalidade, por
remeter a algo feliz que ela viveu”, conta o médico. Embora os sentimentos
sejam subjetivos, algumas percepções são universais. “A cor preta, por exemplo,
transmite mistério, nobreza e requinte e ativa a área das amígdalas,
responsáveis pelo medo, impulsividade e a memória emocional. O vermelho também
atua nessa mesma área do cérebro e transmite a ideia de energia, emoção,
dinamismo, porque são características presentes nas funções da amígdala também.
O córtex pré-frontal, das decisões, pensamentos abstratos e respostas afetivas,
é estimulado pelas cores verde e azul”, exemplifica o médico.
Fonte de pesquisa:
Dr. Fernando Gomes Pinto – é neurocirurgião do Hospital das
Clínicas e membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia – SBN. Graduado em medicina pela faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP) e residência médica pelo Hospital das Clínicas FMUSP. Chefe do
Grupo de Hidrodinâmica Cerebral da Divisão de Neurocirurgia Funcional do
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas desde 2007. Autor dos livros
“Manual de iniciação em neurocirurgia”, “Exercícios e posturas para o paciente
com seqüelas de acidente vascular e outras doenças neurológicas”, “Você sabe
como seu cérebro cria pensamentos?” e “Hidrocefalia de pressão normal
(HPN)”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário