Formada por mais de 50
nacionalidades e brasileiros de todos os Estados, a cidade de São Paulo é um
verdadeiro mosaico de culturas que se reflete diretamente na sua identidade e
na sua cozinha, o que faz da capital um dos maiores centros de gastronomia do
mundo. A influência da culinária árabe se consolidou na metrópole e não é a
toa. Hoje são mais de 12 milhões de árabes residentes no Brasil, a
maioria fixada na capital paulista.
Esfiha, beirute,
coalhada, homus, tabule, charuto de uva ou repolho. Pratos comuns do dia a dia
do paulistano, na verdade são iguarias herdadas dos imigrantes sírio-libaneses. O toque árabe influenciou tanto a culinária
brasileira como a portuguesa. Um exemplo disso é o arroz com galinha
marroquina, que aqui se transformou em arroz com frango. Segundo o
restauranteur Beto Isaac, dono do Restaurante Arabesco,
localizado em Perdizes, desde que foi fundado em 1987, sua maior característica
são os pratos produzidos através de receitas familiares, o que cativou seus
fiéis clientes.
Canela, açafrão, noz moscada, cominho. Estes, entre
outros temperos, são velhos conhecidos do paladar ocidental há muito tempo.
Porém, o mundo árabe trouxe uma verdadeira gama de outras especiarias que podem
perfeitamente se incorporar às mais variadas receitas, das mais exóticas às
mais triviais. São os temperos do deserto, presentes na culinária árabe. Beto
relembra que algumas receitas foram modificadas para se adaptar aos costumes do
país tropical. Os pratos que utilizam carne como abobrinha recheada e charuto
de folhas, passaram a ser feitas com carne bovina, antes preparados com carne
de cordeiro ou carneiro. “A mudança de alguns ingredientes tornou os pratos
mais suaves, o que agradou o paladar do paulista”, conclui Beto.
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