quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Empresas se preparam para evitar panes em cartões de crédito e débito no Natal


Qualidade e estabilidade dos sistemas de pagamentos por meios eletrônicos trazem melhor atendimento aos clientes e maior lucratividade às empresas

O uso de cartões de crédito e débito se torna cada vez mais popular entre os brasileiros. Segundo a última pesquisa do Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento, realizada pela Datafolha junto com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), entre as  milhares de pessoas entrevistadas, 72,4% possuem cartão de crédito ou débito. Por isso, faz muito tempo, os estabelecimentos entenderam que é fundamental oferecer a opção de pagamento através de terminais POS (máquinas de cartões de débito e crédito) para os clientes. A regra é simples: quanto mais opções de pagamentos o estabelecimento possuir, maior será a probabilidade de vendas. Com o crescimento da demanda pela instalação de suas máquinas nas lojas, as empresas que oferecem essas soluções de pagamentos eletrônicos passaram a investir cada vez mais em teste de software.



Segundo o gerente de negócios Eduardo Medeiros, da RSI, maior empresa brasileira de Teste e Qualidade de Software, a preocupação com o funcionamento adequado destes equipamentos é muito maior no final do ano, já que a quantidade de transações aumenta consideravelmente, chegando até a dobrar. “A maior preocupação é o grande volume de movimentações financeiras que se concentram nesta época do ano, já que, certamente, milhões de reais de prejuízos podem ser contabilizados em apenas um minuto que essas máquinas ficam inoperantes”, afirma Eduardo. De acordo com projeções da Abecs, o faturamento do mercado de cartões deve atingir R$ 805,5 bilhões em 2012.

Para evitar problemas
Em 2009, aconteceu uma das maiores panes em sistemas de cartões de crédito da história do Brasil. Uma das maiores redes de pagamentos eletrônicos do País ficou parcialmente fora de operação na véspera de Natal. A pane alcançou diversas cidades e vários Estados, atingindo grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro. Com a falha, os clientes ficaram sem realizar transações de crédito ou débito durante cinco horas. Na época, a empresa divulgou em nota oficial que não foi possível localizar o problema que causou a instabilidade. Desde então, as empresas de cartões começaram a se preocupar ainda mais em testar seus softwares. Os principais motivos para esta demanda sazonal são a grande concentração de vendas em um pequeno período e uma maior inserção de novos usuários de cartões, principalmente nas classes consideradas mais baixas.

Para garantir o funcionamento dos softwares de cartões, a RSI possui um Laboratório de Certificação onde estão instalados os mais diversos tipos de equipamentos POS utilizados pelos lojistas que, a exemplo do que ocorre no mercado, também estão conectados através de uma rede de telecomunicação e a uma grande infraestrutura central que está por trás do processamento das transações. Todos os testes realizados nas máquinas seguem um padrão de comunicação específico e simulam exatamente como as transações ocorrem na “vida real”. Imagine que um consumidor tente realizar uma compra inserindo seu cartão em um POS, porém, o seu cartão ainda está bloqueado. Toda esta estrutura de processamento composta por POS, rede de telecomunicação e infraestrutura central devem funcionar corretamente e coordenadamente de forma a garantir uma resposta correta a esta solicitação que, neste caso, seria não validar essa compra. Respostas semelhantes devem também ser dadas para outras situações como: cartão bloqueado por roubo, “estouro” do limite de crédito, suspeita de fraude, etc. Por isso, os testes de softwares devem ser precisos para evitar equívocos nas informações trafegadas. “Não basta validar somente o funcionamento das máquinas POS, temos que garantir que toda a infraestrutura de captura e autorização de transações esteja funcionando corretamente em conjunto e que todas as suas funcionalidades estejam disponíveis”, explica Eduardo. Para que os softwares ganhem maior estabilidade, a realização sistemática de testes de software é a melhor opção para o negócio. Os testes podem não reduzir a zero os erros nas aplicações, mas podem focar na identificação dos maiores riscos ao negócio e assim evitar as grandes falhas, garantindo melhor atendimento aos clientes e maior lucratividade às empresas.

Hoje em dia, no período do Natal, as empresas optam por um freezing de mudanças, ou seja, durante essa época os sistemas de cartões praticamente não são atualizados. Isso ocorre principalmente para que a probabilidade da ocorrência de erros seja minimizada durante um dos períodos mais promissores do ano. Com essa precaução, as empresas correm menos riscos de bugs nos sistemas e garantem maior estabilidade no negócio. A Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio–RJ) afirma que 70,5% dos empresários acreditam que o faturamento deste ano será maior do que em 2011. A expectativa sobre as vendas no Natal é grande e as empresas de teste de software são grandes corresponsáveis pela garantia dessas projeções. Para que haja essa estabilidade nos sistemas, os testes de softwares ocorrem diariamente e todas as soluções de captura são homologadas.

Passo-a-passo de uma transação
Quando o botão verde da máquina de cartões em uma loja é acionado após a digitação da senha, diversas ações são realizadas para que a compra seja aprovada com sucesso ou, em algumas situações, negada. Primeiramente, a máquina envia dados criptografados com as informações do “dinheiro de plástico”, como o número do cartão, até a central da empresa que fornece os serviços de adquirência, ou seja, que instala os terminais POS nas lojas. Da central desta empresa, os dados são enviados para a “rede da bandeira” (como Visa e MasterCard, por exemplo) que por sua vez os encaminha para o Banco que forneceu o cartão de crédito. O Banco avalia uma série de parâmetros tais como limite de compras (no caso de crédito), bloqueio de cartão, risco de fraude, saldo disponível em conta corrente (no caso de débito), entre outros. Se tudo estiver ok, envia os dados em sentido contrário nesta cadeia até que a mensagem de ”compra aprovada” seja exibida no terminal POS do estabelecimento. Tudo isso ocorre, por vezes, em frações de segundos.
Apesar de todo este processamento complexo e altamente sensível a falhas parecer restringir-se às máquinas POS, hoje em dia parte considerável das compras é realizada através da internet, onde mecanismo similar é executado internamente pelos servidores das lojas online que cuidam de todos os aspectos de segurança e criptografia dos cartões. Para garantir a segurança, disponibilidade e correto funcionamento deste grande volume de transações, a RSI atende a grandes instituições que fazem parte desta cadeia de processamento através de tecnologia de ponta e uma equipe altamente especializada.

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