segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Comodidade do cartão de crédito acaba endividando os consumidores no Natal


Presentes, financiamentos e dívidas como IPTU e IPVA, fazem o brasileiro gastar muito mais nesse período

O cartão de crédito é considerado uma das maiores evoluções quando se trata de formas de pagamento. Porém, também é o principal responsável pelas dívidas dos brasileiros. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 74% das famílias brasileiras possuem dívidas no cartão de crédito. De acordo com o Banco Central (BC), de cada 100 brasileiros, 27 são inadimplentes desde 2011. Para a sócia diretora da Trade Contabilidade, Simone Domingues, isso ocorre pela praticidade da ferramenta na hora da compra e aconselha que os usuários planejem os gastos conforme as possibilidades do orçamento pessoal, já que os juros dos cartões são absurdamente elevados. "É importante quitar o valor integral da fatura dentro do prazo de vencimento para não cair no crédito rotativo, juros cobrados ao se pagar o valor mínimo da conta", explica Simone. “O consumidor deve se perguntar sobre a real necessidade de usar o cartão de crédito. Se for realmente necessário, é preciso se organizar em casos de atrasos para que a dívida seja quitada no máximo em 10 dias”, diz.


De acordo com a PROTESTE - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, o cartão de crédito no País possui a maior taxa em toda a América Latina. Na média, o brasileiro que atrasa uma fatura é obrigado a encarar 323,24% de aumento da dívida ao ano. No Natal, isso tende a piorar, ainda mais com o 13º salário. Época de presentes, financiamentos e dívidas comuns no começo de ano, como IPTU e IPVA, fazem o brasileiro gastar muito mais nesse período. Porém, o principal destino da bonificação de Natal ainda é o pagamento de dívidas com cartão de crédito e cheque especial. Uma pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) afirmou recentemente que o 13º salário será direcionado pela maioria dos consumidores para sanar dívidas bancárias. “A pessoa pode pagar as dívidas, porém deve tomar cuidado para não entrar novamente em outras inadimplências. É como um ciclo, que só com a organização planejada é possível sair”, explica Simone, afirmando que “as pessoas precisam entender a importância de elaborar um controle do orçamento pessoal durante o ano todo, não apenas nos últimos meses”. Segundo ela, comparar e monitorar as despesas é uma ação fundamental na vida financeira de qualquer pessoa. Separar as contas fixas (aluguel, financiamento de imóvel próprio e prestações) das flexíveis (água, luz, telefone, supermercado, serviços domésticos, lazer e reserva para imprevistos) é um fator essencial para se organizar. Esse controle das finanças ajuda a calcular o balanço financeiro, e assim, evita dores de cabeça no fim do mês. Por isso, não se deixe enganar: a compra à vista é a melhor solução para quem já está no vermelho!

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