segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Adaptação do horário de verão pode levar até uma semana, explica neurocirurgião do HC



“De repente” se perde uma hora do dia e deve-se acordar uma hora mais cedo que se está acostumado. Até que o horário de verão termine, 17 de fevereiro de 2013, nosso relógio biológico passa por diversos ajustes para poder trabalhar bem.

Dr Fernando Gomes Pinto, neurocirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo explica que funciona como se fizéssemos uma viagem de avião para a Europa, com o fuso horário de uma hora adiantada. A sensação que temos é a do chamado Jet Lag, descompensação horária. Porém, se no fuso horário da viagem de avião nosso relógio biológico se ajusta na proporção de um dia para cada hora de fuso, na situação de horário de verão levamos em torno de sete dias. Isso porque nosso relógio biológico é controlado pelo nascer do Sol. “No caso do horário de verão, artificialmente e simplesmente adiantamos o relógio e pronto, diferente de como viajamos e o dia amanhece mais cedo”, detalha.

Dentro do hipotálamo, região do cérebro que controla todo o funcionamento do organismo, existe um conjunto de células nervosas com cerca de 10 mil neurônios, que formam o núcleo supra-quiasmático. Dentro dele também está nosso relógio biológico que dita o que chamamos de ritmo circadiano. Ele controla todo o ciclo biológico do corpo humano e de todo ser vivo durante o período de 24 horas (um dia), influenciado pela luz solar. É ele que regula o sono, a temperatura do corpo, a pressão arterial, o funcionamento do intestino, a fome.

“No horário de verão, quando somos obrigados a acordar mais cedo, estes milhares de neurônios recebem a informação de luz no ambiente e inibem a produção de melatonina, hormônio que ajuda a ter uma boa qualidade do sono. O resultado desse desajuste é um sono mais curto, que leva à sonolência e à consequente falta de atenção, além de dificuldades de memória e outros problemas, que variam de pessoa para pessoa”, conclui Dr Fernando.



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