Para algumas pessoas, olhar-se
no espelho é quase uma tortura. Mais do que estarem insatisfeitas com a própria
imagem, elas se percebem de uma maneira equivocada e tendem a não gostar da
própria figura, procurando soluções em cirurgias plásticas e tratamentos
estéticos para mudar o que as incomoda. Esse vício da beleza, todavia, esconde uma doença
psiquiátrica séria: a dismorfofobia corporal ou síndrome dismórfica.
“A definição é a de um transtorno
psiquiátrico na qual o paciente se enxerga diferente daquilo que mostra o
espelho. O diagnóstico é muito difícil e o assunto, embora conhecido, é pouco
debatido entre os médicos”, conta o cirurgião plástico Marco Cassol, da capital
paulista. A busca desenfreada por cirurgias corretivas acaba, muitas vezes,
colocando em risco a saúde geral do portador de dismorfofobia. “Há mulheres que
chegam a realizar dezenas de cirurgias plásticas”, destaca o médico. Sem falar
nos riscos que qualquer cirurgia implica.
A dismorfofobia corporal tem
“vítimas” famosas, como o cantor Michael Jackson, a cantora Gretchen e até
mesmo o modelo Celso Santebañes, conhecido como Ken Humano. “Todo exagero é
ruim. O paciente que sofre de dismorfofobia se sente angustiado com a aparência
e, por mais que se coloquem
os riscos e se imponham limites, ele vai em busca de um médico que o opere para mudar o que ele
acha que está errado. Se o que incomoda é o nariz, ele opera até perder a
função, e nunca fica satisfeito”,
conta Cassol.
A pessoa que sofre deste
transtorno dificilmente aceita que tem o problema, tornando o tratamento
difícil de ser ministrado. “Acho que é preciso debater mais o assunto para
ajudar a livrar essas pessoas do sofrimento que elas vivem de estarem em um corpo que elas não
aceitam”, conclui o médico.
Sobre
Dr. Marco Cassol
Membro
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário