terça-feira, 12 de maio de 2015

Vício em cirurgia plástica é transtorno psiquiátrico que precisa de tratamento

Para algumas pessoas, olhar-se no espelho é quase uma tortura. Mais do que estarem insatisfeitas com a própria imagem, elas se percebem de uma maneira equivocada e tendem a não gostar da própria figura, procurando soluções em cirurgias plásticas e tratamentos estéticos para mudar o que as incomoda. Esse vício da beleza, todavia, esconde uma doença psiquiátrica séria: a dismorfofobia corporal ou síndrome dismórfica.
“A definição é a de um transtorno psiquiátrico na qual o paciente se enxerga diferente daquilo que mostra o espelho. O diagnóstico é muito difícil e o assunto, embora conhecido, é pouco debatido entre os médicos”, conta o cirurgião plástico Marco Cassol, da capital paulista. A busca desenfreada por cirurgias corretivas acaba, muitas vezes, colocando em risco a saúde geral do portador de dismorfofobia. “Há mulheres que chegam a realizar dezenas de cirurgias plásticas”, destaca o médico. Sem falar nos riscos que qualquer cirurgia implica.

A dismorfofobia corporal tem “vítimas” famosas, como o cantor Michael Jackson, a cantora Gretchen e até mesmo o modelo Celso Santebañes, conhecido como Ken Humano. “Todo exagero é ruim. O paciente que sofre de dismorfofobia se sente angustiado com a aparência e, por mais que se coloquem os riscos e se imponham limites, ele vai em busca de um médico que o opere para mudar o que ele acha que está errado. Se o que incomoda é o nariz, ele opera até perder a função, e nunca fica satisfeito”, conta Cassol.

A pessoa que sofre deste transtorno dificilmente aceita que tem o problema, tornando o tratamento difícil de ser ministrado. “Acho que é preciso debater mais o assunto para ajudar a livrar essas pessoas do sofrimento que elas vivem de estarem em um corpo que elas não aceitam”, conclui o médico.

Sobre Dr. Marco Cassol
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 

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