Maior empresa de
teste e qualidade de software do Brasil capacita deficientes para atuar em
TI
Segundo a
Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação
(Brasscom), cerca de 40 mil vagas de emprego permanecem constantemente abertas
anualmente no setor de tecnologia. Em meio a este cenário a RSI, maior empresa
de teste e qualidade de software no País, criou o Programa Incluir em
2011. O objetivo da iniciativa é ampliar a oferta de mão-de-obra na área,
incluindo deficientes auditivos e visuais no quadro de funcionários. No Brasil,
de acordo com o último Censo divulgado pelo IBGE, há um total de 344,2 mil
deficientes auditivos e 506,3 mil deficientes visuais. Com isso, a RSI
oferece aos funcionários com esse tipo de deficiência uma oportunidade de
crescimento pessoal e profissional. “A nossa proposta não está voltada apenas
para cumprimos a cota exigida pelo governo, mas dar condições de crescimento e
desenvolvimento para esse tipo de público que muitas vezes é deixado de lado por
várias empresas”, afirma Nelson Furlan, gerente de DHO (Desenvolvimento Humano e
Organizacional) da RSI. Para ele, o desafio é superar as diferenças. “O universo
do deficiente auditivo e visual é completamente diferente do nosso e há a
necessidade de uma atenção especial para o convívio produtivo e agradável com
essas pessoas”, diz.
De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55% das pessoas que
possuem alguma deficiência não conseguem uma vaga no mercado de trabalho.
Atualmente, apenas 236 mil das 937 mil vagas reservadas pela Lei de
Cotas para deficientes foram preenchidas. Porém, os avanços
tecnológicos estão sendo aliados importantes na inserção dessas pessoas no
mercado. Além de produzir diversas ferramentas de trabalho adaptadas para esse
tipo de profissional, o setor de TI é um dos mais influentes na contratação
desses funcionários nas empresas. “A falta de conhecimento sobre a capacidade
das pessoas com deficiência da população, mais o desinteresse das empresas
nesses funcionários, fazem com que o mercado ofereça poucas oportunidades de
trabalho para essa parcela da população”, afirma Nelson
Furlan.
O Programa
Incluir
Os deficientes
visuais na RSI atuam em duas frentes distintas: ocupam funções técnicas ligadas
diretamente à atividade de Teste e Qualidade de Software e também como
massoterapeutas, neste caso, em parceria com o Núcleo de Aprendizagem
Profissional (NURAP), responsável por oferecer cursos de massagem para
deficientes visuais. A RSI possui cinco massoterapeutas especializados na
aplicação de Quick Massage.
Para os deficientes
auditivos, a parceria foi realizada com a Divisão de Educação e Reabilitação dos
Distúrbios da Comunicação (DERDIC), braço direito da Fundação São Paulo. No
projeto, um grupo de profissionais com deficiência auditiva fica durante seis
meses na própria DERDIC em treinamento para depois iniciar o trabalho na RSI.
Durante esse período, os profissionais aprendem todo o conteúdo técnico e
administrativo de informática. Durante a rotina desses profissionais, dois dias
da semana trabalham na DERDIC e três dias na RSI.
Os jovens do Programa Incluir possuem entre 16 e 24
anos.
Para Nelson, a
iniciativa foi muito positiva para todos já que o convívio com essas pessoas
traz uma percepção diferente da vida, tanto profissional quanto pessoal. O
gerente afirma que para os funcionários da RSI foi muito significativo e
gratificante se envolver com todos esses profissionais, já que tiveram que
realizar uma capacitação em libras, tanto os tutores como os gestores das áreas
para ajudar em uma melhor comunicação entre as equipes da empresa. “É possível
rever vários princípios e valores com uma pessoa deficiente, pois eles percebem
o mundo de uma forma diferente. A inclusão é a mudança dos valores da
sociedade”, finaliza.
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