quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Setor de TI é um dos mais promissores na inclusão de deficientes no mercado


Maior empresa de teste e qualidade de software do Brasil capacita deficientes para atuar em TI

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), cerca de 40 mil vagas de emprego permanecem constantemente abertas anualmente no setor de tecnologia. Em meio a este cenário a RSI, maior empresa de teste e qualidade de software no País, criou o Programa Incluir em 2011. O objetivo da iniciativa é ampliar a oferta de mão-de-obra na área, incluindo deficientes auditivos e visuais no quadro de funcionários. No Brasil, de acordo com o último Censo divulgado pelo IBGE, há um total de 344,2 mil deficientes auditivos e 506,3 mil deficientes visuais. Com isso, a RSI oferece aos funcionários com esse tipo de deficiência uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional. “A nossa proposta não está voltada apenas para cumprimos a cota exigida pelo governo, mas dar condições de crescimento e desenvolvimento para esse tipo de público que muitas vezes é deixado de lado por várias empresas”, afirma Nelson Furlan, gerente de DHO (Desenvolvimento Humano e Organizacional) da RSI. Para ele, o desafio é superar as diferenças. “O universo do deficiente auditivo e visual é completamente diferente do nosso e há a necessidade de uma atenção especial para o convívio produtivo e agradável com essas pessoas”, diz.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 55% das pessoas que possuem alguma deficiência não conseguem uma vaga no mercado de trabalho. Atualmente, apenas 236 mil das 937 mil vagas reservadas pela Lei de Cotas para deficientes foram preenchidas. Porém, os avanços tecnológicos estão sendo aliados importantes na inserção dessas pessoas no mercado. Além de produzir diversas ferramentas de trabalho adaptadas para esse tipo de profissional, o setor de TI é um dos mais influentes na contratação desses funcionários nas empresas. “A falta de conhecimento sobre a capacidade das pessoas com deficiência da população, mais o desinteresse das empresas nesses funcionários, fazem com que o mercado ofereça poucas oportunidades de trabalho para essa parcela da população”, afirma Nelson Furlan.


O Programa Incluir

Os deficientes visuais na RSI atuam em duas frentes distintas: ocupam funções técnicas ligadas diretamente à atividade de Teste e Qualidade de Software e também como massoterapeutas, neste caso, em parceria com o Núcleo de Aprendizagem Profissional (NURAP), responsável por oferecer cursos de massagem para deficientes visuais. A RSI possui cinco massoterapeutas especializados na aplicação de Quick Massage.

Para os deficientes auditivos, a parceria foi realizada com a Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (DERDIC), braço direito da Fundação São Paulo. No projeto, um grupo de profissionais com deficiência auditiva fica durante seis meses na própria DERDIC em treinamento para depois iniciar o trabalho na RSI. Durante esse período, os profissionais aprendem todo o conteúdo técnico e administrativo de informática. Durante a rotina desses profissionais, dois dias da semana trabalham na DERDIC e três dias na RSI. Os jovens do Programa Incluir possuem entre 16 e 24 anos.

Para Nelson, a iniciativa foi muito positiva para todos já que o convívio com essas pessoas traz uma percepção diferente da vida, tanto profissional quanto pessoal. O gerente afirma que para os funcionários da RSI foi muito significativo e gratificante se envolver com todos esses profissionais, já que tiveram que realizar uma capacitação em libras, tanto os tutores como os gestores das áreas para ajudar em uma melhor comunicação entre as equipes da empresa. “É possível rever vários princípios e valores com uma pessoa deficiente, pois eles percebem o mundo de uma forma diferente. A inclusão é a mudança dos valores da sociedade”, finaliza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário