quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Nina x Carminha - neurocirurgião do HC explica porque vingança é um prato que se come frio

O sabor da vingança pode ser comparado ao prazer de degustar o prato preferido, de ter um orgasmo e até do efeito das drogas no organismo. Na reta final da vingança da entiada contra a madrasta, Dr. Fernando Gomes Pinto, neurocirurgião do Hospital das Clínicas, São Paulo, explica como é possível entender a capacidade do ser humano de despertar esses sentimentos. O médico detalha também como o prazer da vingança pode existir depois de tantos anos.

“A vingança está diretamente associada a uma parte do cérebro chamada córtex pré-frontal, uma camada mais externa ligada às emoções. O despertar desse sentimento provoca uma descarga de um neurotransmissor chamado dopamina, que promove a sensação de prazer e motivação”, explica o médico.


Quando despertamos esses sentimentos os lobos frontais, localizado na parte da frente do cérebro, ou seja, na testa, inibem a ação de retorno imediato da emoção, mas o desejo de vingança se mantem. “A raiva é controlada por essa parte do cérebro também responsável por ativar o julgamento social. O que não nos deixa agir pelo impulso, por isso a vingança é um prato que se come frio”, completa Dr. Fernando.

A explicação é fisiológica e por isso as pessoas se sentem tão bem ao se vingarem das outras. Esse estímulo ao sistema nervoso central provoca o bem estar e a sensação de satisfação e “dever cumprido”. É mais ou menos isso que acontece com a personagem Nina, da novela Avenida Brasil, da TV Globo. “A garota sente necessidade em se vingar da madastra para amenizar as dores da infância. Mesmo passado mais de 20 anos, o desejo dela de vingança se manteve. Isso está diretamente ligado ao circuito de recompensa e a nossa área do prazer. Ver a Carminha humilhada não mudará o passado da protagonista, mas o cérebro dela a fará ter essa sensação”, completa Dr. Fernando.

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