quarta-feira, 23 de junho de 2010

Meias aquecem os pés no inverno, mas também aumentam casos de chulé, micoses e frieiras

PEDRA NO SAPATO
No inverno muita gente esquece que os pés precisam “respirar” e abusam de sapatos fechados e uso de meias. Se de um lado estas práticas ajudam a proteger do frio, do outro aumentam a proliferação de bactérias causando chulé, micoses e frieiras que podem até tomar proporção de uma grande infecção.


Se no inverno o uso de sapatos mais fechados e meias é inevitável, devemos tomar alguns cuidados em relação à saúde dos nossos pés, que ficam muito tempo sem respirar.

A principal conseqüência é a ação dos fungos. Esses micro-organismos se aproveitam do calor e da umidade presentes nos sapatos sem ventilação para proliferar. Um dos resultados são as incômodas frieiras, que aparecem especialmente entre os dedos dos pés. A pele fica esbranquiçada, avermelhada e, se chegar a rachar, pode permitir a penetração de bactérias que causam a erisipela, uma infecção séria, que tem como sintomas febre alta, inchaço, dor na perna e, se não for tratada, pode até matar.

A sola dos pés e as unhas também podem apresentar micoses. Nestes casos, a pessoa se contamina com o fungo no solo, por meio de animais ou de outras pessoas. Então, ele se aproveita do calor e da umidade conseqüentes dos sapatos fechados para se desenvolver. Normalmente, as regiões afetadas descamam e as unhas ficam descoladas ou com aparência alterada.

As recomendações para evitar os transtornos são secar bem os pés após o banho, tentar evitar o uso frequente de acessórios fechados e de meias, e deixar diariamente os sapatos em lugares arejados ou com sol.

A bromidrose, popularmente conhecida como chulé, faz parte dos incômodos relacionados ao uso de bota, tênis e sapatilha. Quando o suor não evapora, a bactéria o decompõe, o que causa o mau cheiro. Além de se preocupar em arejar os pés o máximo possível, o uso de antissépticos, antibióticos tópicos e desodorantes para diminuir a transpiração também são recomendados.

O uso de calçado apertado só piora a situação. O atrito faz com que a pele engrosse como uma forma de proteger o local e, assim, aparecem os doloridos calos. Os acessórios nada confortáveis também propiciam a formação de bolhas e de calcanhar grosso.

Até mesmo o tipo de tecido pode causar problemas. Se a pessoa tem alergia ao couro, por exemplo, surge a dermatite de contato, que deixa o pé descamando, avermelhado e até com bolha. O tratamento consiste em evitar os sapatos do material específico e aplicar cremes à base de corticóide.


Fonte: Dra Valéria Marcondes, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Medicina

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