Se a queda for da
própria altura da criança está dentro do limite do aceitável e não é motivo
para desespero. Mesmo assim, dependendo da queda, pode haver fratura de crânio
ou hematomas intracranianos, em especial se for antes dos dois anos de idade.
Quando o impacto provoca cortes, desmaio, sonolência excessiva, sangramentos,
convulsão, grandes hematomas ("galo") ou alterações de comportamento
é importante procurar um pronto-socorro para avaliação médica. E ao contrário
do que muitos pensam, quando uma criança bate a cabeça evitar que ela durma não
protege a formação de lesão cerebral, isso é mito.
O mais importante
nessas horas é apenas observar se a consciência fica altera ou não. Se tiver
alguma alteração e houver sangramentos pelo nariz ou ouvidos, paralisias,
náuseas, vômitos, convulsão ou dores fortes de cabeça aí sim é hora de correr
para o hospital, explica o neurocirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo
Fernando Gomes Pinto.
E quanto maior a
altura, maior o impacto, principalmente se for antes dos dois anos de idade.
“Nesta fase as fontanelas, mais conhecida como "moleira", completam o
fechamento e o crânio e daí sim já está formado como a de um adulto. Porém,
como o crânio fica menos elástico, a característica da lesão por trauma muda,
mas os riscos não deixam de existir”, diz o médico.
O crânio foi
desenhado com características próprias que evitam lesões graves no cérebro pelo
impacto. Por exemplo: os cabelos, o formato redondo da cabeça e a presença do
liquor (líquido que envolve todo o órgão e desempenha um papel de bolsão de
água entre o crânio e o cérebro). São eles que amortecem as pancadas do crânio
sobre o cérebro. “Mesmo assim é bom não tirar os olhos dos pequenos nem por um
segundo, a agilidade das crianças em se movimentarem pode levar ao coma e até
ser fatal”, completa Dr. Fernando.
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